08 janeiro, 2007

Só e em silêncio

Silêncio ecoa pelas paredes do abismo
À medida que caio infindavelmente
Tomando os últimos suspiros
Antes do impacto com a realidade.

Realidade nua e crua
Inflama à medida que o fundo se aproxima
Queimando as minhas cinzas com o frio
Do tempo secular que me inspira.

Nada mais existe, tudo terminou.
Já nada trava a minha ruína
Nem mesmo o parar do tempo
Que a mim me contaminou.

Séculos tiqueteiam por mim
O vento gélido parte a minha espinha.
Mil pedaços cintilam agora no chão.
Fragmentos do meu coração.

Infectado e apodrecido pela mágoa
Range pela última vez esta peça,
A última do mecanismo impotente
Que já não vive, sobrevive.

De gelo e pedra se pintam as cores
Do infectado músculo pustulento
Esmagado pelas réstias de calor
Que se debatem por flamejar.

O calor desapareceu, o que senti não existe.
Tudo uma ilusão de que poderia ser real.
Ter algo para me consolar para escapar
Ao iminente abandono permanente.

Sozinho, só...em silêncio caio no abismo.
Fecho os olhos e espero pela realidade.

Uma outra onde eu tenho valor.
Onde seja algo mais que uma cápsula
Inútil e desprovida de sentido,
Espezinhada e eliminada.

5 Comentários

Anonymous Anónimo disse...

Men, que sentimentos...
Quando é que te deixas disso?
Ainda hoje disse que ia parar com as perguntas idiotas.. Pois a resposta já eu sei.. Só te vais deixar disso quando te apaixonares verdadeiramente por algo ou por alguém.. :) Força nisso Marko!!

8:14 da tarde  
Blogger FilipaCalisto disse...

Parece que voltámos ao mesmo... E, infelizmente, parece que desta vez não vou poder ajudar-te. Só tu mesmo é que te podes ajudar. Libertando-te desses pensamentos negativos. Não podes estar constantemente a pensar em coisas más. Tens que as esquecer, ignorá-las, deixá-las para trás. Acredita que resulta. E quando deres por ti, sentes-te como novo e uma pessoa totalmente diferente. Sabes que te apoio, mas ninguém consegue resolver. Beijo Grande muah(K)

9:24 da tarde  
Blogger FilipaCalisto disse...

Parece que voltámos ao mesmo... E, infelizmente, parece que desta vez não vou poder ajudar-te. Só tu mesmo é que te podes ajudar. Libertando-te desses pensamentos negativos. Não podes estar constantemente a pensar em coisas más. Tens que as esquecer, ignorá-las, deixá-las para trás. Acredita que resulta. E quando deres por ti, sentes-te como novo e uma pessoa totalmente diferente. Sabes que te apoio, mas ninguém consegue resolver. Beijo Grande muah(K)

9:25 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Há mais de um mês que não tens depressões poéticas (públicas, pelo menos)... não é que seja necessariamente mau. Quantos grandes poetas não eram loucos ou eram deprimidos? Basta pensar no Pessoa...:P...

12:58 da tarde  
Blogger Filipa disse...

Olá.
Só para dizer que te deixei um pequeno desafio no meu blog.
Passa por lá.
Beijinho. Muah (K)

3:16 da tarde  

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