21 abril, 2007

Inspiração Fugidia

Hoje pensei em escrever algo diferente.
Um desabafo desorganizado, diferente de todos os poemas deste blog.
Algo para aliviar a panela de pressão ao fim de tanto tempo.

Cheguei à conclusão que já não sei escrever.
Perdi o toque como quem perde as chaves.
Sei que o tinha, mas não sei onde o deixei
E não o consigo encontrar sozinho.
Passaram-se semanas desde que escrevi o último poema,
Um daqueles inspirados que nos saem no momento
Como todos os outros que escrevo.
Mas agora já perdi esse momento.

Passo noites em frente à janela do meu quarto
Olhando para as luzes da cidade, como fazia antes,
À procura daquela luz especial que me devolva a inspiração,
Que me devolva aquele momento único onde tudo se liberta
E aparece magicamente descrito no écran do computador
Ou naquele bloco de folhas que também desapareceu.

Sinto-me como a dar o salto para o vazio, onde nada existe
Tudo parece escapar-se por entre os dedos
E resvalar para o nada.
Tudo desaparece e apenas fico eu sozinho
A olhar para esse vazio à espera de algo.

E tudo começou num momento de alegria
Como tudo teima em começar.
Dias felizes, tudo parecia encaminhar-se
Para o fim desejado à anos,
E sem saber bem como, apenas aconteceu.
E num outro momento repentino como um suspiro
Assim acabou antes que pudesse começar.
E a raiva acumula-se por dentro por já saber.
Por já saber o desfeche e por saber que era breve.

Saber e nada poder fazer, não há pior.
É fascinante como os sentidos são desenvolvidos
Especialmente o sexto e o sétimo.
E tal como tudo começou, assim acabou.
E depois de sonhar que tudo ia ser diferente,
Acertei, tudo é diferente
A passos de distância de uma depressão,
Auto-estima mais uma vez desfeita,
Sem vontade para fazer nada e apenas olhar para o tecto.
Passei tardes assim desde então:
A olhar para o écran do computador,
À espera que alguém viesse falar
Para não me sentir tão sozinho como estou.
Demoravam horas até perceber que eu estava vivo.

Agora não sei como me sinto, não sei o que fazer
Sinto-me abatido pela dura realidade.
Faculdade a correr mal, vida emocional inexistente.
A única coisa que me mantém vivo são os amigos.
E a minha ideia estúpida que vou ser feliz um dia.
(Ainda não ocnsegui aceitar que fico assim para sempre)


Peço desculpa a todos os leitores por este desabafo fora do comum, mas isto já andava cá dentro há demasiado tempo e ameaçava implodir comigo.
Quero agradecer à minha princesa especial (ela sabe quem é) e à minha maninha Laidiinha, que são as minhas forças motrizes. Adoro-vos, muitos beijos.

4 Comentários

Blogger Unknown disse...

"A única coisa que me mantém vivo são os amigos..." pois entao se tens ainda amigos k te mantenham vivo n tens em nada que deprimir,,,
num mundo em que cada um luta apenas por si, ter nao so o reconhecimento de semelhantes como ainda o seu carinhu é motivo de grande alegria... e kuando nos temos a nos mesmos, e ainda esses ditos humanos que nos acarinham, temos tudo para construir a nossa propria felicidade,,, esse tal conceito de felicidade, k por mais fugaz k esta seja, existe e nao reside num objecto/ser amado ou numa simples oportunidade, mas sim no k fazemos com tudo isso,,, reside em nos a capacidade de a perseguir...

Portanto AMIGO n deprimas ou sintas mal... pk tudo na vida é como o mar... vem em ondas xD

Beijo
ADELAIDE NUNES

2:30 da tarde  
Blogger FilipaCalisto disse...

Eu nunca sei o que te comentar... Sempre que te leio dá-me uma sensação de impotência, por não te conseguir dizer nada que te tire desse teu estado... Mas eu acredito que tudo para ti vai correr melhor. E ambos sabemos que nem tu nem eu gostamos deste tipo de frases de encorajamento (ou de lembrança do estado em que as coisas andam) mas eu acredito de facto.

Todas as semanas passo por aqui para ver se por acaso apareceste. E hoje, por acaso, saltei até aqui, e vim descobrir-te mais uma vez.

Como foi como te conheci e tu me conheceste, vou assinar como no primeiro dia.

Beijo grande*

1:56 da tarde  
Blogger Beatriz disse...

A prova como ainda sabes escrever e ainda sabes sentir é o próprio poema que escreveste...

"Cause it's a bitter sweet symphony this life..." É verdade, mas não desistas de procurar a tua estrela, o doce que tire este amargo que caracteriza por vezes a vida.

Jhnxx muito grandes,
Beatriz (bia)

2:23 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Bem kerias chegar onde eu chego mas n consegues... Vai tentando que um dia chegas aos meus calcalhares :P

3:38 da tarde  

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